A chamada era da informação trouxe novas possibilidades de aprendizado, flexibilidade e facilidade na busca por novos conhecimentos. Em contrapartida o mercado passou a exigir de todos nós, competências, habilidades e atitudes cada vez mais complexas e específicas. Desta forma é imprescindível que estejamos continuamente empenhados em alinhar nossas múltiplas inteligências com o desenvolvimento mercadológico.
Esta evolução natural acirrou as disputas por vagas e procura por novos empregos, entretanto, por mais favorecido que o candidato seja intelectualmente (no sentido de ter tido oportunidade para um aprendizado de qualidade), não será garantia de conquista do cargo que deseja. O fator experiência é altamente requisitado, e é aí que programas de estágio e trainee podem ser utilizados como ótimas ferramentas para trazer profissionais motivados e atualizados com as modernidades de nossa época.
Mas quando utilizar e quais as diferenças de cada um destes programas? Bem, num plano geral, programas de trainee são feitos visando o preenchimento de vagas para ocupar cargos gerenciais. Com formação de ensino superior, é esperado desses treinandos o preenchimento de um gap na hierarquia da organização, por motivo de aposentadoria de um antigo gestor, criação de novos cargos ou desenvolvimento de jovens para assegurar o futuro da empresa com as mudanças constantes do mercado.
Já os programas de estágio objetivam formar profissionais para ocupar os mais diversos cargos (técnicos ou administrativos). Tem sua importância no desenvolvimento deste futuro profissional que ainda esta terminando sua graduação e não possui vícios, desta forma poderá ser moldado conforme a cultura da empresa. Ambos os programas possuem suas vantagens, mas é de extrema importância acima de tudo, o comprometimento da alta administração em criar um planejamento estratégico para este grupo. Estabelecendo duração do programa, carga horária, cronograma de atividades e treinamentos, integração ao seu plantel e definição do perfil deste candidato. Sendo indispensável, essencial, fundamental e eminente a escolha e preparação do tutor deste indivíduo.
Esse instrumento permitirá formar um banco de talentos com baixo investimento (atenção para investimento e não CUSTO), renovação da equipe, desenvolver visão global e integrada para novas e melhores práticas. Desenvolver potencialidades humanas para assumir funções de liderança, capacitar jovens para assegurar o futuro com as mudanças tecnológicas, de gestão e de mercado, suprir demandas futuras de capacitação técnica devido às possíveis oscilações e crescimento da empresa, além de construir os comportamentos deste indivíduo baseados na missão, visão e valores da instituição. Desenvolvendo key people para cargos estratégicos.
Obviamente a teoria nem sempre é repetida na prática, estagiários são vistos como mão de obra barata para trabalhos genéricos e ordinários. Não é pensado como potencial que poderá agregar valor e em longo prazo trazer benefícios à organização, são utilizados para suprir carências de uma gestão que não se preocupa com a valorização e desenvolvimento de seus profissionais.
Ao adotarem os programas de estagiários e trainees, pensando nas necessidades futuras de pessoal diferenciado, as empresas garantem um staff qualificado e sem vícios, menos resistentes às mudanças e preserva sua cultura e valores. Conquista, ainda, certa independência do mercado, possuindo profissionais disponíveis para sucessores dos seus principais cargos.
Dito isso, gostaria de finalizar este breve artigo com um pensamento chinês que remonta o século II A.C.“Se planejarmos para um ano, devemos plantar cereais, se planejarmos para uma década, devemos plantar árvores, se planejarmos para toda a vida, devemos treinar e educar o homem (Kwantsu)”.
Autor: Arthur Lima